08/04/2009

P Á S C O A



Museu de Serralves Foto: Brisadareosa

Em hebraico Pessach (passagem), tem o significado simbólico pagão de passagem do Inverno para a Primavera e o judaico da escravatura no Egipto para a Terra Prometida.

A Páscoa cristã é celebrada no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia da Primavera.

A tradição de oferecer ovos é de origem pagã, tendo-se iniciado em França o hábito de trocar ovos de chocolate. Antes disso, eram usados ovos de galinha para celebrar esta data.

O poema que transcrevemos a seguir, recitado/cantado pelo saudoso João Villaret, pode ser associado a este dia e está presente, seguramente, no imaginário dos menos jovens.


PROCISSÃO


Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.

Letra: António Lopes Ribeiro

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