10/09/2010

Dentro do Prazo

Existiu um indiano franzino de óculos redondos, cabeça rapada e enrolado num lençol que disse uma vez não existir caminho para a felicidade mas que a felicidade era o caminho.Embora um pouco mais musculado, lentes progressivas, algum (pouco) cabelo e fato de treino, ía sendo invadido por este pensamento à medida que amadurecia a ideia de dar sossego à minha vida profissional, vulgo reforma, mais próxima da conotação luterana que absentista. É que as coisas para valerem a pena não dependem apenas do tamanho da alma mas também e especialmente se acreditarmos verdadeiramente nelas de modo a prosseguirmos a caminhada.Acredito que, tal como eu, também muitos(as) de vocês já deixaram de acreditar, mas também sabemos que o final do mês chega cada vez mais tarde. Por isso, preferi fazer as malas e apanhar este comboio a esperar por um avião que porventura nunca irá tirar as rodas do chão.Decidi sair antes que a indiferença tomasse o lugar da saudade e a apatia devorasse a ambição. Quero preservar alguma boa imagem do que resta da minha escola. Sim, porque esta já deixou de ser a “minha” escola. Não a da Areosa, obviamente, porque essa tem gente por dentro e por fora, mas aquela outra que me querem impingir de fora para dentro.Até mesmo à “nossa” lhe retiraram agora a identidade, qual filha de um Deus menor, em nome de números maiores, comendo-lhe os bispos e as torres, cavalgando na nossa obediência de peões sem rei nem roque, desprotegidos até ao xeque-mate final. Eu diria, numa atitude muito pouco Nobre, ou não me chamasse eu António.Talvez seja deformação profissional ou vocacional (sempre fui um homem da competição), mas quando não podemos endireitar aquilo que achamos torto, é melhor retirarmo-nos antes que nos entortem a nós. E quando deixamos de controlar todas as variáveis que condicionam a nossa actuação diária, ficamos mais facilmente expostos ao insucesso.Não vou fazer o número da rábula saudosista e pedir de volta a escola dos tinteiros de porcelana ou da menina de cinco olhos, embora esteja convencido que o futuro já não é o que era. Apenas direi que gostava de uma escola onde não se subestimassem os professores e se lhes retirasse estatuto, onde se promovesse menos a ignorância do que o êxito. Onde o “não” fosse afirmativo de disciplina e o “sim” deixasse de ser negação de autoridade e onde o facilitismo e a negligência dessem lugar à exigência e ao rigor. Onde não se subvertesse a importância relativa entre a instrução e a educação e a família reassumisse o seu papel nuclear na formação da personalidade dos seus filhos.Foram dezassete os anos durante os quais atravessei estes portões (contando com aquleles outros que já desapareceram), exactamente metade do meu percurso profissional. Nunca me encostei a nenhum deles à espera de boleia. Sempre preferi ser eu a guiar o meu próprio destino. Por isso, a decisão. Condicionada, mas decisão. Receio pelos que ficam e, sobretudo, pelos vindouros, condenados a uma insegurança profissional sem precedentes, que condicionará inevitavelmente comportamentos e atitudes, facto impensável ainda há bem pouco tempo.De todos aqueles e aquelas com quem convivi, de colegas a funcionários(as) ao longo de todos estes anos, levo alguma coisa comigo. Como dizia Exupéry “aqueles que passam por nós não nos deixam sós; deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” Com todos eles(as) aprendi e cresci profissionalmente. Quanto mais não fosse, só por isso vos estaria grato.Como dizem os treinadores quando perdem (exceptuando o Mourinho, obviamente), "afinal não passou de um simples jogo, há mais vida para além das quatro linhas". Para além de já ter passado a minha época "especial", também concordo que existe mais vida para além dos muros de uma escola, mesmo que ela seja a "nossa". É lá que tentarei concretizar projectos em hibernação, durante muitos Outonos que espero ainda floridos.A todos(as) aqueles(as) que me acompanharam nas boas e nas más horas durante este longo percurso quero deixar expresso o sentimento de profunda amizade e dizer que poderão contar comigo para o que der e vier em especial se o que aí vier não fôr nada de auspicioso, como parece.Um dos últimos livros de José Gil teve como mote este lamento genuínamente português e tão bovinamente repetido : "É a vida...". No final deste meu "desabafo" apetece-me acrescentar: que devemos saborear enquanto estamos dentro do prazo!Um abraço de gratidão e de muita amizade a todos(as).

António Torres

23/08/2010

PASSAGEM DE TESTEMUNHO




Enquanto estamos dentro do prazo! Quem vier atrás que se chegue à frente...


30/07/2010

ANTÓNIO FEIO


"Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento, agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer."


António, foste Lindo...

18/06/2010

1922-2010

"Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam"

O LIVRO DOS ITINERÁRIOS

21/04/2010

ENCONTRO "AVÓS E NETOS"

Dentro do Projecto "Liga-te", realizou-se no dia 21 de Abril, o 8.º
Encontro "Avós e Netos". Neste ano, alunos do 5ºA, 5.ºB, 5ºD e 6.º D
deslocaram-se ao Centro Social da Paróquia da Areosa, onde cantaram,
tocaram e declamaram poemas em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa.
Por seu lado, os mais crescidos também cantaram e disseram poemas da
sua autoria dedicados às crianças. Dançou-se, confraternizou-se com
muita alegria...
Foi oferecido um lanche muito apetitoso quer aos alunos quer aos
professores acompanhantes, bem como uma pequena lembrança às crianças.
Por seu lado, com o apoio dos respectivos professores de Educação
Visual e Tecnológica, os alunos ofereceram jarras com flores e um
quadro com alguns versos do poema "Centopeia", de José Fanha.

19/04/2010

17/03/2010

ENTRE-TURMAS DE POESIA

Aqui ficam algumas imagens da "competição" disputada com muito "fair-play".


14/03/2010

OS ANIMAIS TAMBÉM VÃO À ESCOLA...


Esta semana, o 5ºD teve uma aula de Ciências da Natureza diferente. Integrado no projecto de "Saúde Escolar", o HOSPITAL VETERINÁRIO MONTENEGRO (hospvetmontenegro.com) veio até à nossa escola promover uma palestra sobre "A importância do médico veterinário na sociedade e os cuidados a ter com os animais".

Foi uma experiência inesquecível para os alunos e ficou a promessa de novas visitas extensivas a outras turmas.

Os nossos agradecimentos pela extrema disponibilidade e simpatia ao Doutor Luís Montenegro e à Doutora Ana Cota.

Fiquem atentos à RTP1 nos próximos dias enquanto vão desfrutando de algumas imagens:



"Não era um cão como os outros. Era um cão rebelde, caprichoso, desobediente, mas um de nós, o nosso cão, um cão que não queria ser cão e era cão como nós."

Manuel Alegre ( Cão Como Nós - Dom Quixote)


13/03/2010

PORTO VIVO - PASSADO E PRESENTE (11)

RESPOSTA: Campo de Santo Ovídio ou Campo da Regeneração. Actual Praça da República.

É um vasto rectângulo, tendo do lado norte o Quartel General, antigo Quartel do Regimento de Infantaria 18. Aliás, onde neste momento se encontra o jardim era o campo de manobras do quartel. De entre os vários acontecimentos históricos a que este local está associado, recorda-se a concentração das forças que, em 31 de Janeiro de 1891, tentaram proclamar a República.

O nome de "Santo Ovídio" teve origem numa capela do mesmo nome existente no local e o de "Regeneração" no movimento revolucionário liberal de 1820.

Acertaram:

Berenice Vila 5ºA
Cristina Gomes 5ºA

Professora Helena Barreira

02/03/2010

SEMANA DA LEITURA


Decorre até 5 de Março na nossa escola, a Semana da Leitura: espaços decorados com trabalhos dos alunos dedicados à Poesia, em várias línguas, Feira do Livro com obras de José Fanha, Entre-turmas de poesia...

Enfim, haverá todo um ambiente dedicado à leitura, especialmente ao texto poético.


EU SOU PORTUGUÊS AQUI

Eu sou português
aqui
em terra e fome talhado
feito de barro e carvão
rasgado pelo vento norte
amante certo da morte
no silêncio da agressão.

Eu sou português
aqui
mas nascido deste lado
do lado de cá da vida
do lado do sofrimento
da miséria repetida
do pé descalço
do vento.

Nasci
deste lado da cidade
nesta margem
no meio da tempestade
durante o reino do medo.
Sempre a apostar na viagem
quando os frutos amargavam
e o luar sabia a azedo.

Eu sou português
aqui
no teatro mentiroso
mas afinal verdadeiro
na finta fácil
no gozo
no sorriso doloroso
no gingar dum marinheiro.

Nasci
deste lado da ternura
do coração esfarrapado
eu sou filho da aventura
da anedota
do acaso
campeão do improviso,
trago as mão sujas do sangue
que empapa a terra que piso.

Eu sou português
aqui
na brilhantina em que embrulho,
do alto da minha esquina
a conversa e a borrasca
eu sou filho do sarilho
do gesto desmesurado
nos cordéis do desenrasca.

Nasci
aqui
no mês de Abril
quando esqueci toda a saudade
e comecei a inventar
em cada gesto
a liberdade.

Nasci
aqui
ao pé do mar
duma garganta magoada no cantar.
Eu sou a festa
inacabada
quase ausente
eu sou a briga
a luta antiga
renovada
ainda urgente.

Eu sou português
aqui
o português sem mestre
mas com jeito.
Eu sou português
aqui
e trago o mês de Abril
a voar
dentro do peito.

Eu sou português aqui

José Fanha

27/02/2010

PORTO VIVO - PASSADO E PRESENTE (11)


PERGUNTA: Que nome teve esta Praça até ao ano de 1910 ?


25/02/2010

BASQUETEBOL


Realizou-se esta quarta-feira o Inter-Turmas de Basquetebol para os alunos do 6º e 7º ano.

Aqui ficam algumas fotos e as classificações:



6º Ano - Masculinos: 1º - 6ºC; 2º - 6º PCA; 3º - 6ºD; 4º - 6ºA

Femininos: 1º - 6ºC; 2º - 6ºD

7ºAno - Masculinos: 1º - 7ºC: 2º- 7ºB

Femininos: 1º - 7ºD

BIBLIOTECA ABERTA À NOITE



Conforme anunciámos, realizou-se no passado dia 19 de Fevereiro, uma sessão de apresentação da “Biblioteca aberta à noite” - programa de sensibilização das comunidades educativas para uma Biblioteca… mais perto de si.

Esta actividade foi dinamizada pela Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos, pela Rede de Bibliotecas Escolares do Porto e pelo Plano Nacional de Leitura, com o apoio do Grupo Cénico do Sporting Clube da Cruz (Revista à Portuguesa) e dos alunos do 5.º D (Ensino articulado - Música).

Aqui ficam algumas fotos do evento:



18/02/2010

A HISTÓRIA DEVIDA DE UMA VIDA


Quando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca tínhamos
ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual, política e
pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas imaginárias, príncipes
encantados e animais que falavam. A pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa
da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram
folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os adultos. Isto poupava-nos
a conversas enfadonhas e incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão
outro, e deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar
os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as
árvores, passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo.

Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos melodias
nunca aprendidas.
Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas
inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como
sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e
tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente
mania de acreditar que isso era bom.
Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores.

E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs
trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angustia de
esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria (não fosse a ousadia
dos pássaros só visíveis na luz indecisa da
aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das
papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de Berlim
são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o
que fosse que nos soubesse tão bem).
Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove ensinaram-me
inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze fui,
interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas que cheiravam a pão,
escreviam cartas às escondidas, e sonhavam com os filmes que viam nas
férias. Tínhamos a certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos,
com os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma entrada
espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido
para seu par ideal.
Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as necessidades
do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura,
história universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a contar
aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te,
menina, que vais ser escritora.

Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a música
da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu coitada, como
vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas, vai-las lavar alva, e o
rio corria entre as carteiras e nele
molhávamos os pés e as almas.

Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves.
Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde saíamos com
a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem vontade própria,
sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo, pois, tendo
passado o dia inteiro a esfregar o chão com palha de aço, a espalhar cera, a
puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao
macho milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o
jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um cabelo desalinhado,
lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que felicidade! (A professora era uma
solteirona, mais sonhadora do que nós, que sabia todas as receitas do mundo
para tirar todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear os
tachos de cobre que ninguém tinha na vida real).
Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem
fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente
em branco (e não me refiro só à cor do vestido).

Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi
arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos.

Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto
talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os
itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior,
porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de
deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia
que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem
a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a
revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o
quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo,
quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em
mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.

Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho, erros,
acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito bom para
aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra chave e dou por
mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter tempo de
aprender muita coisa, agora que decidi que a Bíblia é uma metáfora da vida
humana e posso glosar essa descoberta até, praticamente, ao infinito.
Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia que estava
só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar
intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia crónicas e contos
e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63 anos, renasci. Cresceu-me
uma alma de romancista e vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um
livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis. (Esta não
é a minha área, mas não sei porquê, pedem-me livros infantis. Ainda não
escrevi nenhum que me procurasse como acontece com os romances para adultos,
que vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos interstícios
do cérebro, e me atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o
tempo todo e me tornam mais disponível, mais alegre, mais nova).

Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se muito.
Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem.
Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se tivesse
luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito feminina, costumava
dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens.
Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou
religião. É um progresso enorme.

Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30, comecei a
dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer umas maluqueiras
em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui
senti-me tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais
consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes, mas eu, não sei
porquê, embirro com essa palavra). Não há nada mais bonito do que ver as
nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e
pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer
teatro porque não aprendi.
Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas
mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o que é que lá
vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma e é preciso
descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me cantam
maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é
só uma cantiga. Irrelevante.

Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para contar. Mas
não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão este espaço
que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo.

Encontramo-nos no meu próximo romance.


15/02/2010

A PROPÓSITO DE "ÍDOLOS"


Muitos dos nossos alunos estão na idade em que escolhem os seus "Ídolos" e os adoptam como referências que procuram seguir e imitar.

Mas, se muitos dos "Ídolos" têm, por vezes, pés de barro, os seus criadores têm, quase sempre, pés de chumbo. Que esmagam e que alienam. Em prol das audiências e sem cedências... ao mau gosto.

A nós, professores, compete-nos ajudar os nossos jovens nessas escolhas, de modo que a sua vida futura não assente em falsos valores e em futilidades. Mas convenhamos que a concorrência é muito desleal...

14/02/2010

PORTO VIVO - PASSADO E PRESENTE (10)


RESPOSTA : Praça da Batalha

Acertaram:

Berenice Vila e Cristina Gomes 5º A

Professora Helena Barreira

Há três acontecimentos que podem estar na origem do topónimo: um combate travado neste local entre os habitantes de Portucale e as tropas sarracenas de Almansor que teria terminado com a vitória das gentes de Almansor; uma carga de um Esquadrão da Guarda Nacional Republicana sobre o último reduto monárquico que aqui se mantinha em 13 de Fevereiro de 1919 sob o comando de Paiva Couceiro; a resistência de algumas tropas republicanas sob o comando de Jaime Cortesão e Raul Proença que só se renderam ao fim de três dias às tropas fiéis ao Governo que as bombardeavam desde a Serra do Pilar.

Como se vê, talvez o nome mais adequado fosse o de "Praça das Batalhas" ...

11/02/2010

LIBERTADO HÁ 20 ANOS


O que mais surpreendeu Nelson Mandela, no dia da sua libertação, foi ver tantos brancos, juntos nas ruas com os negros, a festejar a sua saída. Disse-o no dia seguinte, na residência do arcebispo Desmond Tutu no primeiro amanhecer em liberdade depois de 27 anos na prisão.

Estava "absolutamente surpreendido" por perceber que tantos sul-africanos se identificavam com o que estava a acontecer na África do Sul, um novo país que nascia e onde, dizia Mandela, havia lugar para todos. Confessou não ter palavras para transmitir o que sentira no momento em que passou os portões da prisão de Victor-Verster, há precisamente 20 anos. "Sou incapaz de descrever os meus próprios sentimentos. Foi de cortar a respiração. É tudo o que posso dizer."

Jornal "Público" 11/02/2010

09/02/2010

BIBLIOTECA ABERTA À NOITE


No próximo dia 19 de Fevereiro, sexta-feira, pelas 21h30m, a Biblioteca Escolar irá realizar com o apoio da Rede de Bibliotecas Escolares do Porto (RBEP) uma sessão de apresentação da “Biblioteca aberta à noite”- programa de sensibilização das comunidades educativas para uma Biblioteca …mais perto de si.

Posteriormente, pelas 22h30, haverá um espectáculo de Teatro de revista “Isto é que é um fado”, protagonizado pelo Grupo Cénico do Sporting Clube da Cruz, proporcionando a todos alguns momentos de diversão.

Como é habitual, será oferecido um delicioso café, pelas 21h, acompanhado de belas melodias, tocadas por alguns alunos do ensino articulado com a música.

08/02/2010

CONCURSO "FAÇA LÁ UM POEMA"


Por ocasião da comemoração do Dia Mundial da Poesia 2010, que se realiza no CCB no dia 21 de Março, o Plano Nacional de Leitura e o Centro Cultural de Belém lançaram um desafio às escolas, convidando-as a participarem num Concurso de Poesia, procurando incentivar o gosto pela leitura e pela escrita de poesia. A entrega de prémios terá lugar no CCB a 21 de Março de 2010 e será integrada no programa do Dia Mundial da Poesia.

A seguir apresentamos os poemas dos alunos da nossa escola :

“Foi um sonho que eu tive”

Foi um sonho que eu tive
Numa noite de lua cheia
Não dormi, sonhei apenas
Imaginei e encontrei-a

A estrela que procurava
No céu todo espelhado,
Era brilhante e importante,
Pois estava a meu lado…

E era a mais singela e dourada
A mais pequena e estimada
A mais perfeita e delicada
Estrela com quem sonhava…

Maria Beatriz de Sousa Marques da Silva - 9º Ano


“Palavras Soltas”

Há palavras soltas…
Perdidas
E sem sentido
Completamente desorientadas,
sem rumo.

Há palavras soltas…
Que vou tentar encontrar
ordenar.
E ver como vai acabar.

Há palavras soltas…
Que num poema vou transformar
Com rima ou
Sem rima
Eu vou organizar.

Há palavras soltas
Que num poema transformei.

Há palavras soltas…
Que nos trazem
Sentimentos
Pensamentos
Liberdade
Amor
Paixão

E às vezes
Uma grande desilusão.

Clara Filipa da Silva Pereira - 9º Ano


“Declaração de Amor à Andorinha”


Menina Andorinha
Seus olhos, sua beleza
Amo tudo em si
Adoro sua gentileza

Andorinha, Andorinha
Um dia desejo eu
Seres minha Julieta
Eu teu Romeu

Menina Andorinha
Seus olhos, sua beleza
Amo tudo em si
Adoro sua gentileza

Andorinha, Andorinha
Um dia desejo eu
Seres minha Julieta
Eu teu Romeu

Mariana Faria Marmelo - 8º Ano


“A Primavera”

Na Primavera, o sono
que o frio do Inverno
fez dissipa-se.
As flores florescem,
muito belas,
em campos
que parecem
arco-íris.
Os animais acordam,
o sol aparece,
o tempo fica quente
e eu fico contente.

Alexandre Jorge Pinto - 6ºAno


“No Mundo da Imaginação”


Era uma vez
Numa terra distante
Do um, dois e três
Para lá é um instante.

Só há fadas
Duendes e sonhos
São as lendas contadas
São os monstros estranhos.

Para ir para lá
É sempre a seguir
Na imaginação
Vais sempre lá cair.

Não está no mapa
Nem é em Portugal
Nada tapa
Nada faz mal.

Fica no outro mundo
No outro lado
Bem lá no fundo
Fora do urso pardo.

Nessa terra
Já toda a gente sabe
Não há guerra
Nem ninguém atrás da grade.

Pode-se brincar
Às coisas variadas
Pode-se jogar
Terras e ruas enfeitadas.

Cristina Vila Gomes - 5ºAno


“O Outono”


A andorinha partiu.
O Sol mais cedo se deitou.
A chuva miudinha caiu.
Então o Outono chegou.

A videira triste está a chorar,
Ela sem uvas ficou.
Cheira a vinho novo no lagar,
Então o Outono chegou.

As temperaturas desceram.
O vento assobiou.
As aulas já começaram,
Então o Outono chegou.

Os lagartos hibernaram.
A árvore despida ficou.
As folhas soltas dançaram,
Então o Outono chegou.

André Marcos Junqueira - 5ºAno


“Numa tarde de Verão”

Numa tarde de Verão
Fomos passear
Até que um gelado comemos
Para nos refrescar.
O calor era tanto, tanto, tanto…
Que o biquíni fomos pôr
E correndo pela areia
Olhamos, olhamos!
E pudemos observar
As ondas a bailar
E meninos dando
Belos mergulhos no mar.

Jessica Abigail Cabreira Monteiro -4ºAno

06/02/2010

PORTO VIVO - PASSADO E PRESENTE (10)

PERGUNTA: Qual o nome desta praça?

7 FOLHAS SOLTAS







31/01/2010

A CONSPIRAÇÃO DO 31 DE JANEIRO






A revolta republicana do Porto durou apenas algumas horas e foi um prenúncio da implantação da República, vinte anos depois, em 5 de Outubro de 1910. A não adesão do quartel de Infantaria 18 (actual Quartel General) e de um número significativo de oficiais (apenas aderiam sargentos e praças) para além de um grande voluntarismo popular com a inerente falta de organização, são tidos como os principais factores que levaram ao insucesso da sublevação.

A cidade não esqueceu, no entanto, os seus mártires, os militares e civis que, nessa manhã de 31 de Janeiro de 1891, avançaram confiadamente ao encontro das metralhadoras da Guarda Municipal. De entre todos, há que destacar Alves da Veiga, Sampaio Bruno, João Chagas, o Alferes Malheiro e o Sargento Abílio. Estes nomes fazem hoje parte, para além de outros como a Praça da República e a Rua 31 de Janeiro, da toponímia portuense.


MATARAM O REI...



Ao longo de toda a semana decorreram as apresentações do Concurso de Leitura destinado aos alunos do 2º ciclo. A Biblioteca/CRE dinamiza-o com a colaboração dos colegas de L. Portuguesa. A obra escolhida, " Mataram o Rei" está relacionada com o Regícidio e integra-se nas celebrações do Centenário da Implantação da República. Este período decorrerão duas eliminatórias, a 24 de Fevereiro e 17 de Março. A final será já no terceiro período e aqui divulgaremos os vencedores.

29/01/2010

HERÓIS À MODA DO PORTO


"Bai no Batalha..." / "Estás a falar para a Central!" / "Um grise do carago." / "Aquele maduro só pensa em encher a mula... "


Estas e muitas outras expressões habitam em HERÓIS À MODA DO PORTO, um livro de contos de humor, que inclui um Dicionário do caraças da gíria e do calão do Porto, pois claro! A obra, coordenada por João Carlos Brito, está escrita no melhor "portoguês",

São sete contos, que têm por cenário de fundo diversos ambientes da Invicta e todas as personagens, importadas (e muito adulteradas) das clássicas histórias infantis, de repente, como que por um passe de magia, desatam a falar "portoguês"... ou seja, a linguarejar com o registo bem típico das gentes do norte e, em particular, da zona do Grande Porto. E, para lá da língua, procurou-se incutir aos diferentes heróis retratados... a alma tão sui generis dos portuenses. Com muita ironia e sarcasmo, à mistura, naturalmente.

Um livro que ficará bem em qualquer biblioteca escolar do Porto ... e não só !

26/01/2010

Maria Von Trapp


A legítima faria hoje 105 anos...