Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
PADRÃO
O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.
E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quintas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.
E a cruz no alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.
Fernando Pessoa, O Guardador de Rebanhos e outros poemas
Vista de Salzedas
Mosteiro de Salzedas
O objectivo deste concurso é divulgar o legado patrimonial da Expansão Portuguesa no Mundo, através de uma pré-selecção de 27 obras representativas. Muitas destas obras estão já classificadas como Património Mundial pela UNESCO.O anúncio dos monumentos mais votados entre o conjunto inicial de 27 terá lugar em 10 de Junho de 2009.
O 6ºC participou neste concurso, tendo estado entre os 28 estabelecimentos de ensino (de um conjunto inicial de 900) seleccionados para a Final Escolar.
